quinta-feira, 17 de abril de 2014

SEMINÁRIO EM ROLIM DE MOURA DEBATE
OS 50 ANOS DO GOLPE DE 1964

O Grupo de Pesquisa Centro de Estudos Marxistas em Educação e História (CEMEHIA), da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) - Campus de Rolim de Moura, promoveu ontem, 03 de abril, o seminário “OS 50 ANOS DO REGIME CIVIL-MILITAR DE 1964: Ditadura fascista e resistência popular no Brasil contemporâneo” e reuniu em dois turnos, cerca de 480 participantes.

O evento ocorreu no Teatro Francisca Verônica, contou com o apoio da Secretaria de Educação (SEDUC) e teve a participação de professores e estudantes de ensino médio de Rolim de Moura. A programação incluiu palestras, debates, exposição fotográfica e exibições de curtas-metragens.  O objetivo foi debater sobre o regime fascista gerenciado pelos militares no país com severas restrições a todas as liberdades democráticas, perseguições, prisões, torturas, censura, execuções sumárias e desaparecimentos forçados contra milhares de revolucionários, democratas e todos aqueles que ousavam questionar o regime.

Um dos temas abordados foi a ausência de punição para os torturadores naquele período e as ações do atual Estado antidemocrático que segue utilizando de prisões, torturas, assassinatos e desaparecimentos forçados contra os pobres de uma forma geral e, particularmente, contra aqueles que lutam por seus direitos. Outro aspecto abordado, além da temática historiográfica foi o de identificar as “marcas” atuais da ditadura, presentes na atualidade. Professores propuseram que se deve haver uma campanha para conscientizar a população sobre o fato de escolas, praças e até cidades homenagearem ditadores brasileiros, como é o caso do município Presidente Médici em Rondônia.



Os debatedores foram os professores Carlos Alexandre Barros Trubiliano (Departamento de História/UNIR – Campus de Rolim de Moura), Márcio M. Martins (CEMEHIA/UNIR) e professor Leandro Souza (SEDUC/Rolim de Moura). A Banda de Rock Donnalice fez uma intervenção musical com canções de Chico Buarque e outros artistas que criticaram a ditadura civil-militar.

A coordenação do grupo de pesquisa CEMEHIA é composta pelos professores Marilsa Miranda de Souza, Paulo Aparecido Dias da Silva, Márcio Marinho Martins, Maria Aparecida da Silva e José Aparecido da Cruz, além de diversos estudantes de Pedagogia e História.

Fortalecer o campo classista na luta pelo ensino público

MOCLATE – Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação

Nos dias 17, 18 e 19 de março, trabalhadores em educação das redes municipais e estaduais de todo o país realizaram uma paralisação nacional convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). 

As paralisações em diversos estados e centenas de municípios aconteceram no momento em que a educação e demais serviços públicos essenciais à população sofrem ataques de todos os governos. Os professores, demais funcionários da Educação e milhões de crianças e jovens são as primeiras vítimas desta política do velho Estado que não se cansa de falar em “prioridade da Educação” ao mesmo tempo em que aumentam seus ataques contra o ensino público, com cortes nos orçamentos, arrocho salarial, privatização do ensino público, desvio de verbas da Educação para o ensino privado e empresas capitalistas. Todas as semanas há anúncios de cortes de bilhões nos orçamentos com o claro intuito de atender aos interesses dos imperialistas como no caso da farra da Copa da FIFA.

Temos presenciado nos últimos tempos greves combativas deflagradas em outros setores, como os garis no Rio de Janeiro; os operários nas obras do Comperj, também no Rio; os Rodoviários em Porto Alegre, e os próprios trabalhadores em educação nas greves massivas e radicalizadas deflagradas no ano passado – todos esses movimentos realizados de forma independente das direções pelegas e vendidas dos sindicatos e centrais governistas.

Fatos como esse tem se multiplicado em todo o país, particularmente a partir de junho do ano passado a juventude combatente se levantou em protestos multitudinários em todo o país abrindo caminho para a deflagração de novos protestos e lutas combativas no campo e cidade.

A “mobilização nacional” convocada pela CNTE foi anunciada em janeiro após o Ministério da Educação (MEC) anunciar a atualização do piso salarial nacional em míseros 8,32%, sendo este índice a “nova” estimativa de custo aluno do FUNDEB para 2013. É justamente esse índice que serve de teto para achatar a correção do piso salarial do magistério em 2014. De acordo com os mecanismos apontados pela Lei 11.738/2008, a Lei do Piso, a previsão de atualização deveria ser de 19%, ou seja, ficou configurado um verdadeiro golpe da gerência Dilma em conluio com governadores contra os trabalhadores em educação.
Mas apesar da direção oportunista e governista da CNTE/CUT que convocou mais uma paralisação nacional com claro propósito eleitoreiro, os trabalhadores em educação empreenderam ações combativas em alguns estados, independentes das direções pelegas, rompendo a crosta do oportunismo, dando vazão ao grito de revolta da categoria, sob influência e fundindo-se aos protestos populares que ocorrem em todo o país. Em Curitiba, os trabalhadores da rede municipal decidiram, em assembleia realizada no dia 19 de março, pela continuidade da greve no município por tempo indeterminado. Os educadores de Alagoas decidiram pela continuidade das paralisações também nos dias 20 e 21 de março. Por outro lado, em São Paulo, onde concentra o maior número de trabalhadores em educação do País, a direção da APEOESP sabotou a greve convocada pela própria Central ao qual é filiada, escancarando seu histórico pelego e oportunista.

A greve nacional dos trabalhadores em educação não deve romper o círculo de ferro das “mobilizações nacionais” domesticadas, com balões, narizes de palhaço e marchas a Brasília. A luta em defesa do ensino público, gratuito e a serviço do povo deve partir das mobilizações nas escolas, da união entre professores, funcionários, estudantes e pais de alunos, seguindo o exemplo apontado pela juventude e nosso povo em luta, com bloqueios de rodovias, ocupações de prédios públicos e, particularmente, greves de ocupação nas escolas, transformando-as em trincheiras de resistência.